Comida di Buteco exige o ingrediente nos tira-gostos, o que deve se refletir nas vendas e nos preços do fruto
Cristiano Veronez já registrou ontem aumento de 80% nas vendas
O velho ditado “sobrou que nem jiló” agora pode soar deselegante nas mesas de 41 bares de Belo Horizonte. Os participantes do Comida di Buteco são obrigados a incluir o fruto nos tira-gostos servidos durante os 30 dias do festival. Famoso por seu sabor amargo, o jiló não deve movimentar apenas os bares. Os negócios em torno dele prometem esquentar. A estimativa é de que as vendas tenham alta de até 50% e, com isso, o preço também deve ser inflacionado em média 25%, segundo estimativas dos feirantes.
Atualmente, o quilo do jiló varia de R$ 1,49 a R$ 3 nos sacolões de BH. No Oba Hortifrúti do Bairro de Lourdes, o quilo custa R$ 1,99. A aposta do gerente Marco Antônio Shimidt é de que as vendas acelerem com o festival. “A expectativa é comercializar 50% a mais de jiló”, afirma. O estabelecimento vende em média 12 quilos do fruto por dia. Para ele, o preço pode subir um pouco: “Para R$ 2,49 no máximo”.
O gerente do sacolão Alfa, no Bairro Barroca, João Geovane Pereira, reforça também que o custo do jiló não deve passar dos R$ 2,49. “Estamos vendendo o quilo na promoção por R$ 1,49. Esperamos que as vendas aumentem entre 25% e 30% com o festival. Por isso, o preço pode subir.”
Quem já está colhendo frutos do Comida di Buteco são os feirantes do Mercado Central. No primeiro fim de semana do evento, a banca Legumes Braga, há 52 anos no local, vendeu 80% a mais de jiló – R$ 2,99, o quilo – ontem, em relação ao sábado anterior. “Com a propaganda, a curiosidade do consumidor aumentou. Tanto é que a grande maioria dos nossos clientes foi de pessoas interessadas em conhecer o alimento”, diz o gerente Cristiano Ferreira Veronez.
A proprietária da Legumes Adriano, Rosilaine Martins, também no Mercado, comemora o contrato que fechou com o Bar Via Cristina, um dos participantes da 11ª edição do festival. “Já vendemos 55 quilos para eles só de jilós selecionados”, conta. No estabelecimento, o quilo custa R$ 3.
Nos botecos, o, até então, desconhecido e amargo jiló já fez os negócios renderem no primeiro dia do festival. No Bar do Doca, no Gutierrez, o fruto não fazia parte do cardápio no dia a dia. “Só ontem (sexta-feira) vendemos 35 quilos. Negociei o fornecimento com um sacolão e deixei 30 caixas pagas. A média de preço é R$ 21, cada”, diz Jorge Lage, o Doca. Só na sexta-feira foram vendidos 86 pratos do Bafana-Bafana, ao preço de R$ 20,90.
Até em bares onde o jiló é tira-gosto tradicional a aceitação e procura pelo fruto surpreenderam, com crescimento de 100% em apenas um dia. “Aos sábados, vendo em média 20 quilos de jiló. Só hoje (ontem) até as 14h, vendi 40 quilos”, comemora Eliza Fonseca, a Lora, dona do bar de mesmo nome no Mercado Central. O prato Pura Garra da Lora custa R$ 19,90. Ela paga em R$ 2,50 por quilo.
O coordenador do evento, Eduardo Maya, faz as contas. “Os bares participantes devem vender 100 caixas por dia de jiló. Muitas pessoas vão passar a comer o fruto”, acredita. Em 2009, o festival movimentou R$ 30 milhões no total em todas as cidades participantes. A previsão é de que este ano a cifra aumente para R$ 40 milhões, sendo BH responsável por 50% desse valor.
Tetê Monteiro - Estado de Minas
Publicação: 11/04/2010 08:46 Atualização: 11/04/2010 10:38
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