quarta-feira, 4 de junho de 2014

CONTADORES A BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS


 

Não é só o eSocial ou as IFRS's que nos tiram o sono, mas, também a gama de obrigações acessórias que temos que enviar todos os meses para a CAIXA (que diga-se de passagem é péssima em softwares e não resolve a vida de ninguém), Receita Federal, Secretarias Estaduais e Municipais, MTE, IBGE e outros órgãos que nos pedem os mesmos dados já enviados anteriormente, a exemplo da DIPJ e do IBGE, ambos têm as mesmas informações em campos e somatórios diferentes, porém, são os mesmos dados. 

Ora, porque não se juntam estes órgãos e se ajustam para buscarem a mesma informação um do outro?

A Receita Federal é quem deveria disponibilizar os dados dos contribuintes que enviam a DIPJ para o IBGE, para as Secretarias de Estado de Fazenda, para as Prefeituras, para os Ministérios e pronto!

Cada empresa deveria enviar somente a DIPJ ou a DEFIS anualmente e pronto!!!!

Agora, fica um nhé, nhé, nhéééé´, uma frescura danada no cruzamento de dados, compram uma tecnologia de ponta para praticamente espionar a vida das empresas, espremem o Contador até o cara morrer de estresse.... 

Sinceramente, tenho 36 anos e iniciei minha vivência em contabilidade aos 17 anos e de lá pra cá, vi muitos colegas desistirem de seus escritórios, venderem a carteira de clientes e voltar para o mercado em busca de profissões mais interessantes, com salários atrativos e que pelo menos possam dormir sem o peso na consciência ou aflitos com o dia seguinte, ou seja, buscaram qualidade de vida, buscaram viver mais perto de suas famílias, literalmente "gozando" a vida... o que nesta profissão é impossível atualmente e pela tendência, continuará impossível.

Será que estamos diante de um dilema tecnológico?

Será que o Contador perdeu para a tecnologia?

O governo já nos tirou a capacidade de pensar, de agir, de sermos o consultor de nossos clientes, o que mais tem a tirar agora?

Seremos meros arquivistas de documentos?

Onde devemos requerer nossos direitos de cidadãos e cidadãs capazes, criativos, senhores e senhoras dos números (não temos tempo de apresentar os números aos clientes) e que carregam o Brasil nas costas, sem que os nossos clientes tenham ciência disso e nos remunere à altura?

Os Contadores citados aqui nesta matéria, devem ser grandes executivos engravatados, lideram grandes equipes, têm o respeito de seus empregadores ou são donos de grandes escritórios com clientes de grande porte e portanto, são remunerados de forma satisfatória apesar de muito trabalho. Alguns costumam pagar massagistas, médicos, terapeutas e têm grana para tornar suas vidas mais confortáveis, mas, e os pequenos?

Num País onde até o governo cria artifícios contábeis para maquiar seus balanços e esconder de seu povo a realidade dos números, o estresse é o fator mais relevante, pois, estamos morrendo de tanta frustração e falta de contentamento profissional.

Me desculpem os colegas que assim como eu, vivem entre o amor e o ódio pela contabilidade todos os dias!

Hoje estou de ódio.... rsrsrs, amanhã.... sei lá!

Joelson Veríssimo
Contador 24h